Dicionário de Música (Ilustrado)
Tomás Borba e Fernando Lopes Graça
Capa: Martins Correia
Edições Cosmos, Lisboa, Dezembro de 1962
Alguns anos antes da sua morte, por volta de 1945,
confiara-nos o Padre Tomás Borba, nosso antigo e respeitado professor no
Conservatório, que com a sua amizade nos distinguia, o grosso volume
dactilografado do seu último trabalho musicológico, o Dicionário de Música, para o qual ainda
não havia encontrado editor. Convictos tratar-se de uma obra a todos os títulos
notável, que à nossa parca cultura musicológica trazia uma contribuição
valiosa, chamámos para ela a atenção de Bento Jesus Caraça, que a morte havia
tão prematuramente de roubar tempos depois ao convívio dos seus amigos e à vida
intelectual do País, procurando interessá-lo, como director da «Biblioteca
Cosmos», na sua publicação.
O espírito largo e generosos de bento Jesus Caraça, de
quem o próprio Padre Borba nos dizia que era «um homem de grande valor», imediatamente
se interessou de facto pelo caso, começando a estudar connosco, e com o
assentimento do Autor, a possibilidade de dar realização à obra.
Considerando que o trabalho original era apenas de
índole técnica e histórica e que, para melhor êxito junto do público, conviria
ampliá-lo com matéria biográfica, expusemos esta ideia ao Padre Borba, que com
ela concordou, alegando, porém, estar já por de mais avançado em anos para
poder ele mesmo proceder à de certo modo pesada tarefa dos complementos
biográficos; e propôs-nos, num gesto de amizade e confiança que muito nos
penhorou, nos encarregássemos nós dessa parte do Dicionário. Por seu turno Bento Caraça aceitou amàvelmente a
sugestão, e assim se assentou em que a obra fosse um trabalho de colaboração.
(Do prefácio de Fernando Lopes Graça)
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