Dilma
Rousseff, a presidente do Brasil com mandato suspenso depois de ter sido
afastada temporariamente do cargo pelo Senado, disse aos brasileiros:
Não cometi crime de responsabilidade, não há
razão para um processo de impeachment, não tenho contas no exterior, nunca
recebi propinas, jamais compactuei com a corrupção. Este processo é frágil,
juridicamente inconsistente, um processo injusto, desencadeado contra uma
pessoa honesta e inocente.
Posso ter cometido erros, mas não cometi
crimes. Estou a ser julgada injustamente por ter feito tudo o que a lei me
autorizava a fazer. Foram actos legais, correctos, necessários, de governo, actos
idênticos foram executados pelos presidentes que me antecederam. Não era crime
na época deles e também não é agora.
O risco, o maior para o país neste momento,
é ser dirigido por um governo que não teve votos, que não foi eleito pelo voto
directo, que não terá a legitimidade para propor e implementar soluções para os
desafios do Brasil.
Michel Temer
é agora Presidente interino do Brasil por um prazo máximo de 180 dias.
Durante este
período, o Senado irá julgar Dilma Rousseff num processo presidido por um juiz
do Supremo Tribunal de Justiça.
Dilma só
será afastada definitivamente se for condenada por uma maioria de dois terços
dos eleitos naquele órgão.
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