O Ano da Morte de José Saramago
Amadeu Baptista
Capa e
Extra-Texto de Ana Biscaia
&etc.,
Lisboa, Setembro de 2010
Hoje são as exéquias do José Saramago,
não falta o trânsito dos corvos na câmara
ardente,
mas em três dias tudo estará esquecido,
as cinzas semeadas não frutificarão,
ponham—nas ou não sob a oliveira ressequida
na Azinhaga do Ribatejo, em frente à
Biblioteca,
ou em Lanzarote, sob o vulcão
- umas oliveiras nascem,
outras morrem,
outras estão a permanecer mais um dia,
mais uma noite,
mais uma derrogação
para que as cinzas fiquem agora
decididamente em Lisboa
e às barcas seja permitido flutuar
por uma vez, as barcas novas do Tejo
e do texto de João Zorro,
Ai, minha
senhora velida!
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