Aristides de Sousa Mendes, antigo Cônsul-Geral de Portugal em Bordéus, recebe hoje, em Lisboa, honras de Panteão Nacional.
No início da II Guerra Mundial, à revelia de Salazar, o
diplomata concedeu milhares de vistos a judeus e outros refugiados.
Os países que se mantinham neutros face à guerra evitavam
qualquer conflito com a Alemanha e muitos consulados limitavam os vistos ou
encerravam as portas. Para controlar a situação, Salazar enviou a todos os agentes
diplomáticos uma circular que determinava a proibição da concessão de vistos a
quaisquer refugiados judeus, exilados políticos bem como outros cidadãos.
Entre salvar vidas ou desobedecer ao governo, Sousa
Mendes não hesitou.
Obrigado a voltar a
Portugal, Sousa Mendes foi demitido do cargo e ficou na miséria, com a sua
numerosa família. Morreu na pobreza em 03 de Abril de 1954, no Hospital dos
Franciscanos, em Lisboa.
Em 1967, foi
reconhecido pelo instituto Yad Vashem, memorial dos mártires e heróis do
Holocausto, como um Justo entre as Nações.
Em 1988 a Assembleia
da República aprovou a reabilitação de Aristides Sousa Mendes no cargo de
Cônsul.
No dia 3 de Abril de
2017, o Presidente da República condecorou o Cônsul com a Grã Cruz da Ordem da
Liberdade.
Na agenda da
cerimónia está o descerramento de uma placa simbólica na Sala 2, onde se encontram
sepultados Humberto Delgado, Sophia de Mello Breyner, Aquilino Ribeiro e Eusébio.
A decisão de não
trasladar o corpo de Aristides de Sousa Mendes para Lisboa foi
tomada pelo Parlamento, de modo a respeitar o desejo do próprio ao querer ficar
sepultado em Carregal do Sal, sua terra natal.
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