No
dia 4 de Outubro morreu, com 92 anos, o poeta Fernando Echevarria.
Nascido
em Cabezón de la Sal, na província espanhola de Santander, na Cantábria, em
1929, filho de um pai português e de uma mãe espanhola, Echevarría veio com a
família, aos dois anos de idade, morar em Grijó, Vila Nova de Gaia. Ficou com o
nome da mãe, e quando lhe perguntavam qual era a sua pátria, respondia: « a
minha pátria é o exílio, mas não me esqueço que nasci aqui…»
Não
tenho nenhum livro de Fernando Echevarria.
Conheço
poemas soltos, mas apenas isso.
Na
biblioteca do meu pai, os dedos de uma mão chegavam para contar os livros de
poesia que por lá existiam. E sobravam dedos.
Lembro-me
de um livro de Edgar Allan Poe, em inglês, de um livro de Baudalaire, em
francês e Os Poemas de Deus e do Diabo
do José Régio.
Um
dia quando me chegou às mãos a Antologia
de Poesia Portuguesa do Pós-Guerra verifiquei que o meu conhecimento da poesia
portuguesa era um enormíssimo deserto.
Pedi ajuda para colmatar as lacunas e
aconselharam-me, para começo, comprar ou ler, todos os volumes da «Colecção
Poetas de Hoje», então editados pela Portugália Editora.
Assim fiz e aos poucos fui conhecendo
José Gomes Ferreira, António Reis, Reinaldo Ferreira, Eugénio de Andrade, José
Saramago, Egito Gonçalves, Carlos de Oliveira, Mário Dionísio, Manuel da
Fonseca, outros tantos e até dois poetas brasileiros: Carlos Drummond de
Andrade e João Cabral de Melo Neto.
Nas visitas às livrarias ia sempre à
estante de poesia portuguesa e trazia sempre novos poetas na sacola.
Fernando Echevarria, lamentavelmente, ficou por conhecer
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