14
de Junho de 2001
Os
meus mortos levaram consigo, de mim, palavras, memórias, dias, lugares,
desígnios, incertezas; os seus olhos guardam para sempre o meu rosto, os seus
ouvidos a minha voz. Também eu morri com eles, e também eu, o que fiquei, me
perdi fora de mim. Onde quer que eles estejam agora, quem quer que sejam,
estou, pois, junto deles. E pertencem-me, tanto quanto provavelmente eu lhes
pertenço.
Manuel António Pina em Crónica, Saudade da Literatura
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