Na sua Poesia II, José Gomes Ferreira deixou este
grito:
Os constantes alertas
que a Natureza tem revelado, não fizeram com que esse mesmo mundo olhasse, de maneira
diferente, para o futuro deste mesmo mundo.
As catástrofes têm
sido as mais variadas e trágicas.
Vai ser tarde, muito
tarde mesmo, para que os homens ainda possam fazer qualquer coisa para salvar
o planeta.
Portugal vive uma
seca severíssima, a pior desde 1931, dizem os especialistas.
Governantes e autarcas
sussurram pelas esquinas de que é urgente uma forte campanha para promover um
uso mais eficiente da água.
Temos de nos habituar
a viver com menos água, ouve-se.
Talvez deixar de
regar os campos de golfe, talvez deixar de encher as piscinas, talvez…
talvez...
E não podemos esquecer que ainda há portugueses que vivem sem água em casa, outros nem água, nem casa!...
Este tempo de seca, faz-me lembrar Asa Branca, canção do nordeste brasileiro, composta,em Março de 1947, por Luiz Gonzaga e Humberto Teixeira, que, dizem os compêndios, tem versões de mais de 300 cantores e músicos.
Não as ouvi todas as
versões, mas guardo a de Caetano Veloso, uma versão lindíssima, em que
conseguimos vislumbrar esse inferno nordestino, onde até asa branca tem de
fugir do sertão.
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