Dito já que começaram as iniciativas que visam
registar o centenário do nascimento de José Saramago, acrescenta-se que irei
pegando num qualquer livro de José Saramago e copiarei dele uma frase, um
parágrafo, aquilo que constituem os milhares de sublinhados que, ao longo
dos muitos anos de leituras, invadiram os livros de José Saramago que habitam
a Biblioteca da Casa.
Aproveitando as
comemorações do centenário do nascimento de José Saramago, a Visâo Biografia, no seu número 10, e nas suas 130 páginas, debruça-se
sobre a vida e a obra do Nobel português.
Nunca é demais o que se lê sobre José Saramago.
Assim sendo, tratei de gastar os cinco euros e cinquenta
cêntimos do custo da revista.
«O que extingue a
vida e os seus sinais não é a morte, mas o esquecimento.»
Na revista pode ler-se, entre muitas outros textos e
apontamentos:
Página 9: Contexto
histórico por Luís Almeida Martins
«Nascido há 100
anos, o escritor português nobelizado assistiu, ao longo de quase nove décadas,
a uma sucessão de regimes, revoluções e governos em Portugal. E a uma desfile
planetário de tendências, sonhos – e guerras.»
Página 20: Primeiros
Anos por Maria João Martins
Página 26: Anos de
Definição por Maria João Martins
«Elogiado sem
entusiasmo pela crítica, Saramago esteia-se na ficção com Terra de Pecado,
entre traduções, poemas, colaborações na imprensa e o trabalho de editor na
Estúdios Cor, vai-se construindo o escritor que a todos surpreenderá com
Levantado do Chão, em 1980.»
Página 36: Décadas
de Ouro por Maria João Martins
«No princípio dos anos 90, Saramago torna-se o escritor
portugês contemporâneo mais traduzido em todo o mundo, com o Nobel, em 1998,
converte-se ainda no único autor de língua portuguesa a receber tal distinção.
Uma exposição pública que também acarretará responsabilidade ética»
Página 52: Memórias,
Saramago o Pai por Violante Saramago
Matos
«Em Maio de 1973,
foi com a minha mãe, de quem estava já separado, ver-me à cadeia de Caxias. Perguntou-me
se eu queria que pagassem a caução. Disse que não; ele respondeu que então
teria de ir buscar forças ao dedo grande do pé.»
Página 56: O Caso
DN por Maria João Martins
«José Saramago foi,
no Verão Quente, director-adjunto do Diário de Notícias, e o seu nome ficou
ligado ao saneamento de 24 jornalistas que exigiram mais pluralismo.»
Página 62: Ele era
o seu próprio comité central por Miguel
Carvalho
«Saramago e o PCP
amuaram, zangaram-se e divergiram. Mas nunca se separaram. O escritor morreu
militante, não por fidelidade ao dogma do hífen (marxismo-leninismo), mas por
lealdade a convicções das quais nunca quis desertar. Histórias de um comunista
senhor do seu nariz, que andou por vezes em roda livre.»
Este trabalho da Visão,
para além do que aqui é sumariado, tem sublinhados a que voltarei.
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