Ferreira Fernandes escreveu no Diário de Notícias de 17 de Abril de 2020:
«Aos 29 anos, Madalena ficou viúva, com duas filhas pequenas e vivia numa ilha de Ramalde, mais pobre não podia ser. Lá está, quantos doutores não sabem que "ilha" é um pátio nas traseiras, ainda mais pobre do que o bairro à volta?»
No último quartel do
século XIX, as vilas foram a resposta à migração dos meios rurais para Lisboa.
Muitas não são bem
vilas, tão pouco vilas operárias.
São antes becos ou
pátios para onde a crise da habitação daqueles tempos empurrou as gentes vindas
da província, na busca de uma qualquer sobrevivência.
Hoje passamos pela
Vila Saraiva.
Situa-se na encosta
da Igreja da Penha de França com entrada pela Calçada Poço dos Mouros, que
desce até à Rua Morais Soares..
Quando passei por lá,
num dia chuvoso, não encontrei um único morador. Também não bati a nenhuma
porta.
Pedacinho da cidade de Lisboa que pode ser visto desde a Vila Saraiva.
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