José Saramago nasceu no dia 16 de Novembro de 1922.
«À
aldeia chamam-lhe Azinhaga, está naquele lugar por assim dizer desde os alvores
da nacionalidade (já tinha foral no século terceiro), mas dessa estupenda veterania nada ficou, salvo o rio
que lhe passa mesmo ao lado (imagino que desde a criação do mundo), e que até
onde alcançam as minhas poucas luzes, nunca mudou de rumo, embora das suas
margens tenha saído um número infinito de vezes. A menos de um quilómetro das
últimas casas, para o sul, o Almonda que é esse o rio da minha aldeia,
encontra-se com o Tejo.»
Do
começo de As Pequenas Memórias de
José Saramago.
No
próximo ano ocorrerá o centenário do nascimento do Nobel Português.
Por
motivos que não vi explicados em parte alguma – é provável que existam… - as
comemorações da efeméride começam hoje.
Aceito
que se estenda por um ano, ou mais, mas porquê hoje e não no dia 16 de Novembro?
A Lusa fez divulgar pelos jornais e televisões
um apanhado de algumas das iniciativas que a Fundação José Saramago apadrinha:
«A sessão de abertura acontecerá hoje à noite
no teatro municipal São Luiz, em Lisboa, onde a escritora espanhola Irene
Vallejo lerá um "Manifesto pela Leitura", seguindo-se um concerto
pela Orquestra Metropolitana de Lisboa.
Na
Azinhagas será plantada uma árvore, a 99.ª de uma centena de oliveiras que a
Fundação José Saramago decidiu plantar na localidade ao longo dos últimos dois
anos.
A
cerimónia contará com a presença do primeiro-ministro, António Costa. Já a
ministra da Cultura, Graça Fonseca, associa-se à abertura das comemorações com
a colocação de um ramo de flores onde estão depositadas as cinzas do escritor,
junto a uma oliveira em frente à Fundação José Saramago, em Lisboa.
Hoje,
durante o dia, alunos de mais de uma centena de escolas portuguesas, mas também
estudantes em Espanha, Brasil e outros países da América Latina, vão fazer uma
leitura, em simultâneo, do conto "A Maior Flor do Mundo".
Estão
ainda previstas hoje actividades na Rede de Bibliotecas José Saramago,
nomeadamente uma leitura encenada de "O Ano da Morte de Ricardo
Reis", em Loures, a inauguração de uma exposição em Almada e a inauguração
de um mural em Leiria.
Do
programa comemorativo sabe-se ainda que contará com a edição de uma
fotobiografia, cinco conferências comissariadas pelo escritor argentino Alberto
Manguel, um Colóquio de Estudos Saramaguianos no Brasil, a edição de uma moeda
comemorativa e um ciclo de cinema pela Cinemateca Portuguesa.
O
regresso da ópera "Blimunda", de Azio Corghi e José Saramago, pelo
Teatro Nacional de São Carlos, e a estreia do espectáculo de teatro de rua
"A Passarola", pelo Trigo Limpo Teatro ACERT, também constam da
programação.
A
16 de novembro de 2022, uma centena de escolas do ensino secundário promoverão
a leitura, em simultâneo, de páginas dos romances "Memorial do
Convento" e "O Ano da Morte de Ricardo Reis".
No próximo ano, neste dia, será plantada a centésima oliveira na Azinhaga.»
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