quarta-feira, 3 de novembro de 2021

CONVERSANDO

Hoje, a Leitura recaiu sobre o Diário de Mário Sacramento.

Como também ando a reler o Vergílio Ferreira, lembro que o Vergílio Ferreira gostava pessoalmente de Mário Sacramento, mesmo sabendo em que ideologia velejava. Essa simpatia seria partilhada por Mário Sacramento. A tal ponto que Vergílio Ferreira refere, no 1º volume da sua Conta-Corrente que, numa visita que Mário Sacramento fez a sua casa, este lhe dissera que o incumbia de, após a sua morte, promover a publicação do seu Diário.

Após a leitura do Diário de Mário Sacramento, Vergílio Ferreira escreve:

«Nada diz sobre a sua ideologia. Os comunistas chamam-lhe seu. Mas a mim me disse ele que não era comunista, embora tivesse colaborado intensamente com eles.»

Antes de 25 de Abril, em conversas com Mário Castrim, fiquei sempre com a ideia que Mário Sacramento era militante comunista.

Sem entrar em grandes controvérsias, poderei adiantar que Mário Castrim estava em melhor posição de saber da filiação partidária de Mário Sacramento do que Vergílio Ferreira. Ambos nasceram em Ilhavo: Mário Sacramento no dia 7 de Julho de 1920, Mário Castrim no dia 31 de Julho do mesmo ano e, sempre que vinha a Lisboa, Mário Sacramento encontrava-se com Castrim na redacção do Diário de Lisboa.

Vergílio Ferreira diz que os comunistas chamam-lhe seu, que Mário Sacramento nunca lhe disse que era comunista.

Mário Sacramento morreu a 27 de Março de 1969.

Três dias depois, Mário Castrim publicou, no Diário de Lisboa, esta belíssima crónica de homenagem ao camarada e amigo:

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