Estará a democracia em perigo?
Não
sei bem, até porque tenho algumas dificuldades em perceber do que se fala
quando a democracia desce à mesa da conversa.
Os
comentadores daqueles canais de notícias, exalam uma euforia louca. Têm
congressos de partidos, têm eleições para o ano, têm, para além das idas ao
multibanco, mais as selfies, os sorrisos, os afectos, as intervenções
sistemáticas de Marcelo sobre tudo e nada.
Ainda têm as montanhas de corrupção em tudo o que é empresas, ministérios, autarquias, até nas forças armadas.
Ariane, no guião de João César Monteiro De Bassin de John Wayne, diz para João de Deus: «Parece que não conheces a corja da têvê»
Por
outro lado, ah sim!, por outro lado:
-
o drama português não é o galope da pandemia, mas a possibilidade de a selecção
portuguesa de futebol, se continuar com o seleccionador dos eternos milagres não marcar presença no mundial do Catar,
-
os patrões voltam a pedir contrapartidas pelo «brutal» aumento do salário
mínimo que o governo pretende fixar.
- ainda os patrões, mas agora da restauração, hotelaria e do turismo, dizerem estar a sentir sérias
dificuldades para encontrar trabalhadores portugueses para os sectores, e têm de
recorrer a trabalhadores das Filipinas, do Nepal, por aí fora, mas o que eles
pretendem é subsistir com a sua estratégia de negócios intacta: salário mínimo,
horários desregulados, recurso a estagiários e trabalho temporário. A falta de
mão-de-obra é a miserável desculpa de quem não quer trabalhadores, mas
escravos.
- Portugal aproveitou apenas metade dos fundos da União Europeia para apoio a refugiados e as organizações que trabalham no terreno queixam-se de um processo com muitas falhas e de falta de transparência na forma como o dinheiro tem sido gerido.
-
Rui Rio, independentemente do que vier a ser o resultado das eleições do
próximo ano, revelou disponibilidade para um acordo parlamentar com o Partido
Socialista.
- António Costa, após mandar dizer que a esquerda não deixou passar o orçamento para 2022, dando continuidade ao truque, continua a sonhar com a maioria absoluta nas eleições do ano que vem.
1 comentário:
Corja!
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