Aproveito os calores que vão fazendo, nos vão desfazendo, para ir fazendo a poda da jornalada que vou guardando, com boas ideias certamente, mas depois não lembro quais.
Guardei isto para quê?
Aníbal Cavaco Silva, com algum atraso e
pedidos de desculpa, escreveu um longo artigo político-filosófico, dando os
parabéns a António Costa pela maioria absoluta, recordando também as suas maiorias
absolutas, as reformas que promoveu nesses governos e esperando que o novo executivo faça ainda melhor.
Pedro Garcias, cronista do suplemento Fugas do Público, leu o artigo de
Cavaco e apeteceu-lhe recortar:
«Eu li o artigo de Cavaco no computador e, graças a Deus, não senti
nada. Apreciei, sobretudo, aquela passagem em que o ex-Presidente da República
falou dos jornalistas. “O senhor Primeiro-Ministro sabe que nunca tive jeito ou
apetência para a arte de sedução dos jornalistas e que, ainda hoje, muitos
deles não gostam de mim, o que nada me incomoda. Esta é uma área em que V. Exa.
é, e continuará a ser, muito melhor do que eu”. Aqui, o ex-Presidente da
República foi chorinhas mas modesto. Os jornalistas do seu tempo (eu
acompanhei-o em algumas visitas a Trás-os-Montes) lembram-se bem de como Cavaco
era um querido, mesmo com quem não tinha o famoso “cartão laranja”. E os seus
seguranças também eram uns fofos, até bolos nos davam. Cavaco nem devia perder
tempo com estes lamentos. Presumo que a mulher o tenha avisado:
- Ó Aníbal, não escrevas essas coisas. Deus é grande e justo e um dia serás recordado como mereces.»
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