segunda-feira, 28 de agosto de 2023

OLHAR AS CAPAS


Poesia: Programa Para o Concreto

Alexandre Pinheiro Torres

Capa: Espiga Pinto

Colecção Poesia e Ensaio nº 10

Editora Ulisseia, Lisboa, Fevereiro de 1966

O desencanto de Cochofel te, todavia, os seus limites. Nos seus versos perpassa, apesar de tudo, uma vontade de continuar a resistir:

aqui definha

quem ama e crê

……………………….

soldado preso,

esta é a arma que tens.

Mas o seu optimismo surge raramente. Dir-se-ia não haver lugar para ele. E quando surge parece ser um optimismo por volição. Cochofel quer ser optimista. A poesia final é uma afirmação de crença, embora Cochofel nos demonstre que não é tão ingénuo em coisas de arte que acredite que a poesia. Mesmo a neo-realista, tenha de ser fatalmente um programa de optimismo.

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