«- A maior ironia da vida é que ela nos é retirada assim que nos é cedida. Nascemos e mal nascemos começamos a morrer. Que Deus, a não ser um Deus com um sentido de humor perverso, podia ter concebido isto?
- Então e a
ressurreição? – lembrava-lhe Boris, sem já ter ele próprio a certeza de
acreditar em tal coisa.
- A
ressurreição! Mais essa! – E desatava a gritar ao vento: - Lázaro! Aparece
Lázaro! – Punha-se sério e concluía: - Mais depressa sobrevive aqui um ateu que
um crente. Aos ateus resta-lhes sempre a esperança nos homens, noutros homens,
mas que queres que faça um crente abandonado por Deus que é único?»
Ana Cristina Leonardo
em O Centro do Mundo
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