quinta-feira, 24 de outubro de 2024

AH! A MEMÓRIA!...


 Bom dia, memória.

Primeiro vão-se as memórias, depois as ligações. Ou vice-versa. É assim que se morre.

A segunda frase neste texto não é minha.

Não sei quem a escreveu, onde a li.

Se pudéssemos arrumar as memórias numa caixa de cartão, onde guardamos tantas outras coisas…

A demência chegou a António Lobo Antunes.

Tem chegado a tantos e tantos outros.

Lembremos Gabriel García Márquez.

Na livraria estive a folhear o livro «Gabo e Mercedes» que um dos filhos de Garcia Márquez e a sua mulher Mercedes escreveram sobre Gabo.

Calhei na parte da história em que se escreve sobre o internamento hospitalar do escritor, na cidade do México, corria o ano de 2004, com um cancro em fase terminal, e o seu regresso a casa para morrer.

Tinha então 87 anos, em 2004 publicara o seu último romance «Memórias das Minhas Putas Tristes»

Levo o livro, não levo.

Tenho quase 80 anos.  

Apercebi-me ultimamente que me tornei sensível a certas coisas e, como tarefa diária, resolvi poupar-me.

Lentamente, fui pousando o livro no escaparate da livraria.

Tristemente, saí para a rua… E chovia…

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