Quando o carro fúnebre
passou a morrer
frente ao Café
enterrei a atenção num
jornal receando conhecer
aquele nome ao comprido
no seu
último passeio pela
vila. Os mais velhos
no Café
ousaram até à vidraça
comentando
circunstâncias sobre a
vida que o
morto tinha. O
sino da torre da igreja
soava
tão alto lá fora
os acordes pareciam
flechas
alvejando o salão. A
morte não é tudo
na vida pelo que no
instante seguinte
todo o povo dispersou e
os mais velhos
no Café
voltaram ao dominó
cotejando entre si a
última ida ao médico
o mais recente sinal ou
sintoma de doença.
Espreitei a rua para
ver se a
morte já ia longe
ainda sentia o sino a
latejar na cabeça
dessa vez
(tive a certeza)
tentou ver se levava
alguma
coisa de mim.
João
Luís Barreto Guimarães
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