David
Lynch morreu. Tinha 78 anos.
Em
2024 fora-lhe diagnosticado um enfisema pulmonar causado talvez por cem mil
cigarros, toda uma vida agarrada ao tabaco e ao fumo. Fire walk with me! Em
Agosto passado, quando publicou aquele que ficará como o seu derradeiro disco, Cellophane
Memories, o realizador norte-americano anunciara numa entrevista à revista Sight
& Sound que não conseguia atravessar uma sala, quanto mais sair de sua casa
para filmar e dar grandes caminhadas, porque ficava sem oxigénio. Só poderia
trabalhar à distância, por controlo remoto. Mas não se retiraria, reiterou; e
assim apaziguou os fãs.
Agora
com a morte de Lynch passou a ler-se:
«Há um grande buraco no
mundo agora que ele não está connosco.»
Mas,
se pudesse, o cineasta responderia;
«Atenção ao donut e não ao buraco.»
1.
Um qualquer
ministro israelita disse que aos palestinos só serão consentidas duas
alternativas: ou emigram ou ser-lhes-ão cortados os meios de subsistência, bem
como qualquer assistência médica.
Tudo isto «porque toda a Palestina foi dada por Deus ao povo judeu!»
2.
«Os cães eram mais felizes no tempo em que andavam abandonados e se protegiam da chuva debaixo da silvas, comendo o que encontravam ou caçavam. Eram Livres.»
Isabela Figueiredo no Expresso
3.
Nasceram menos
1.133 bebés no ano passado.
4.
Portugal é o país onde 60% da população não lê um livro.
5.
Segundo o Diário de Notícias, todas as sextas-feiras são Big Bottle Day no JNcQUOI Avenida, em Lisboa. Na última sexta-feira um copo de vinho tinto Barca Velha de 2025 custava 155,00 euros.
6.
Cerca de dois milhões de portugueses vivem no limiar da pobreza, dos quais cerca de 500 mil pensionistas que recebem perto de 500 euros por mês. Portugal tem o segundo pior desempenho da UE
7.
«Entre todos os lubrificantes desta ignorância agressiva o primeiro é o
deslumbramento tecnológico, a ideia de que basta saber meia dúzia de operações
num telemóvel, fazer procuras rudimentares na rede, e ler e escrever mensagens
mais ou menos guturais, para não precisar de comprar jornais, ver qualquer
coisa que demore mais de uma meia dúzia de minutos, e isso significa ser
“moderno”. O segundo lubrificante é um falso igualitarismo: eu não preciso
saber nada sobre o tempo, para me pronunciar sobre as alterações climáticas. A
democracia e a ignorância agressiva
A capacidade de distinguir entre a verdade e a mentira (seja lá o que for a
verdade, mas ela existe como procura), desaparece numa selva que coloca a
conspiração ao nível do saber e por isso faz com muita eficácia escravos
públicos dos demagogos e privados dos que fazem os algoritmos ou “plantam”
estrategicamente “informações” para alimentar a vossa fome de distração e de
fúria, ou seja, entre Trump e Putin.»
José Pacheco Pereira no Público de 11 de Janeiro.
Legenda:
pormenor da capa do Público de 17 de Janeiro.
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