Sejamos claros: o problema não é o que Elon Musk escreve no X: o problema são os cheques que ele depois passa quando vai para casa. Sem cifrões – palavra que foi perdendo crédito entre nós após a conversão de Portugal ao euro – os pontos de vista de Musk não teriam sequer cotação na bolsa de valores da opinião pública. E, sim, até onde a minha vista alcança, nunca como hoje foi tão absolutamente visível que money makes the world go round, de resto um facto bastante anterior ao dueto de Liza Minnelli e Joel Grey em 1972 no Cabaret de Bob Fosse. Em 1914, o norte-americano de origem alemã, Adolf Philipp, um nome então bem conhecido da Broadway, compôs canção de título idêntico para a comédia musical Two Lots in the Bronx e, sem nos desviarmos do tema, recorde-se que o primeiro volume de O Capital de Marx foi publicado ainda antes, em 1867. Há mais de 150 anos que andamos à volta do mesmo.
Parecer actual e irrefutável: os ricos estão a ganhar! E nem o mais pobre de entre nós ousará dizer o contrário.
Da crónica de
Ana Cristina Leonardo no Público de 10 de Janeiro.
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