A arrumar jornais
espalhados por cada canto da casa, fiquei com o Público de 26 de Dezembro na mão, precisamente na crónica de Nuno Pacheco lembrando que Todos os dias nasce uma pessoa… e morrem outras tantas.
Nuno Pacheco invocava
algumas das figuras da cultura que nos deixaram em 2024.
Mais uns dias e
falaria de Adília Lopes que morreu ontem.
Começamos um novo ano
sem vermos resolvidos genocídios como os da Ucrânia e do Médio Oriente, por
todos os cantos do mundo sem deles termos conhecimento e a crónica de Nuno Pacheco
é um bom pretexto para a primeira música da manhã:
«Há uma canção de Amélia Muge que diz: “Todos os dias nasce uma pessoa/ todos os dias é dia natal”. Constatação de um facto, não o desejo solidário expresso por Ary dos Santos no poema Quando um homem quiser, que Fernando Tordo musicou e Paulo de Carvalho cantou: “Natal é em Dezembro/ Mas em Maio pode ser/ Natal é em Setembro/ É quando um homem quiser.” Porém, se todos os dias é mesmo dia natal, porque em todos eles nasce alguém algures no mundo – sendo o Natal (que acabámos de celebrar) marco de um nascimento, o de Cristo –, todos os dias é também dia letal, não só devido às mortes que fecham naturalmente ciclos de vida, mas às que abreviam inesperadamente tais ciclos – doenças, privações, misérias, maus-tratos – ou às que derivam do incontrolável impulso assassino que alimenta guerras e violências de todo o tipo.»
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