Poemas do Avante
Mário Castrim
Poemas recolhidos à revelia do autor por Correia da Fonseca
Capa: José Serrão
Edições Avante, Lisboa Agosto 1998
Meu pai tinha os olhos azuis.
Ninguém na família
tivera alguma vez olhos azuis.
Um azul de brincar.
Não posso dizer
que era um azul
como isto ou como aquilo
(o céu, o mar, etc.)
por isso não adianta explicar.
Quando a sombra de um pássaro
cruza a minha janela
«é azul – digo –
é azul como os olhos do meu pai.»
O que eu
quero dizer
nestes versos
tem um azul parecido.
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