Roubaram-nos um pinheiro (para o transformarem por certo em árvore de
Natal) e a Rosalia chorou toda a manhã sentada à lareira.
- Ó mulher: não exageres!
- Por minha vontade não voltava mais a Albarraque. Tem de gatunos! –
protesta ela, furiosa de pena.
Tento consolá-la:
- Ó Rosalia: e não tens pena do sobreirinho que está a arder na
lareira?
Mas ela não tem pena dos mortos que aquecem. Só tem pena dos vivos que
arrefecem o nundo. E lhe roubaram o pinheirinho que íamos visitar todos os
domingos. Era um pinheiro que usava coleira como um cãozinho vegetal.
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