Todas as
segundas-feiras, no Michael’s Pub, podia encontrar-se Woody Allen a
tocar clarinete.
Depois, passou as
segundas-feiras e o clarinete para o Carlyle Hotel.
Não consta que
voltasse a mudar de poiso.
Mas em 2004 fez
o Réveillon no Casino Estoril.
Miguel Esteves
Cardoso, no Blitz de 4 de Dezembro de 2004, espantava-se:
Numa página ímpar, depara – sim, porque não é todos os
dias que o verbo «deparar» se pode empregar bem – com um anúncio do Casino
Estoril que me informa que, para o réveillon 2004/2005, a atracção principal,
juntamente com Armando Gama e alguns outros, será Woody Allen e a orquestra de
jazz de que faz parte.
Uma vez recuperado o ritmo cardíaco com a administração
sábia de beta-bloqueadores e nitroglicerina, lá telefona para o Casino para
saber se ainda há mesas. Há. Por 500 euros a cabeça – o que não é caro, porque
inclui jantar de gala e todas as bebidas.
«Woody Allen num réveillon do Casino Estoril» é uma imbatível
resposta num jogo imaginário em que ganha quem engendrar a combinação mais
estapafúrdica: Tom Waits a anunciar os resultados do Totoloto; Brian Eno a
fazer as manhãs da Renascença; Bill Murray no papel de mordomo na novela
Mistura Fina… (descontando esta última, que até nem está mal vista. )
Woody Allen
voltou uma outra vez a Portugal.
A 27 de Dezembro
de 2005, para um Concerto no Centro Cultural de Belém., em que o bilhete
mais caro,para as cadeiras de orquestra, custava 90,00 euros, e o mais barato, nas galerias, cifrava-se nos 30 euros.
Quem viu o
documentário de Barbara Kopple, Wild Man Blues, sobre algumas digressões
da New Orleans Jazz Band fica com a ideia de que são um verdadeiro
enfado para o artista.
Gozo em tocar
música, Woody Allen terá apenas nas noites das segundas-feiras nova-iorquinas.
Aliás Woody assume
que não é propriamente um grande músico.
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