Onde ainda é possível hoje um pouco de silêncio, longe
da contínua sucessão de notícias nas TV, rádios, jornais; da gritaria da
publicidade; da música aos berros das discotecas, bares, corredores do Metro,
ruas, praias; da chamada (raio de nome!) “música ambiente” dos centros
comerciais, consultórios médicos, bancos, restaurantes, cafés, comboios, até
das casas de banho e dos elevadores; do ruído estridente dos telemóveis; das
conversas em voz alta; dos automóveis circulando de vidros abertos e leitor de CD
no volume máximo; da chiadeira dos
travões; dos escapes; dos festejos de vitória nos dias de futebol; das celebrações gregárias que, por tudo e coisa nenhuma, enchem as ruas de todo o
género de turbas ululantes?
travões; dos escapes; dos festejos de vitória nos dias de futebol; das celebrações gregárias que, por tudo e coisa nenhuma, enchem as ruas de todo o
género de turbas ululantes?
Porque tememos tanto o silêncio?
Manuel António
Pina em Crónica, Saudade da Literatura
legenda: não foi possível identificar o autor/origem da fotografia.
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