terça-feira, 24 de abril de 2012

JANELA DO DIA


1.

Abriu hoje, no Parque Eduardo VII, a 82.ª Feira do Livro de Lisboa.

Se houve justificações para alteração da data de abertura da Feira do Livro, não dei por elas.

Sempre me lembro de a feira abrir nos últimos dias de Maio, e prolongar-se, normalmente, até ao dia 13 de Junho, mas já o ano passado abriu, também, por esta altura.

Diga-se que todo o tempo, é tempo de livros, mas há que concordar que  a antiga data oferecia melhores condições meteorológicas.

Para invocar sentença popular, Abril é de águas mil , e andar a percorrer os pavilhões da feira com chuva, ou ameaça de chuva não é assim muito convidativo.

De resto os pássaros que se passeiam pelas árvores do Parque, não cantam tão bem se não houver sol.

A Feira é uma festa.

Terá perdido um cunho que era importantíssimo: as editoras colocavam nos escaparates, a preços muito convidativos, fundos de colecção que tinham em armazém e que, por norma, deixavam de se encontrar nas livrarias.

Hoje, vamos encontrar, na Feira os mesmos livros que podemos encontrar em qualquer livaria ou grande superfície, e os parcos descontos, não fazem a diferença.

Mesmo os alfarrabistas já se armam ao fino, e pechinchas, viste-as!...

Não me ocorre que, algum ano, tenha faltado uma ida à Feira do Livro.


Teso que sempre fui, comprava livros que nunca cheguei a ler, se guindo, religiosamente, uma das muitas pancadas em que a minha vida é fértil.

Agora o apertadíssimo orçamento familiar, obrigar-me-á ao estritamente necessário.

A Feira abre, de segunda a quinta, às 12h30, encerrando às 23h. À sexta fecha mais tarde, às 24h. Ao sábado e em véspera de feriado, decorre a partir das 11h e fecha às 24h. Ao domingo, abre às 11h e encerra às 23h.

A Feira do Livro encerra os stands no dia 13 de Maio.

2.

Há dias já tinha sido João Proença que, dizendo que o governo não cumpria o que assinara, foi acusado de, pela aproximação do 1º de Maio, querer tornar-se notado.

Agora, a propósito das ausências de Mário Soares e Manuel Alegre nas comemorações oficiais do 25 de Abril, tocou-lhes a vez:

Estou habituado a que ao longo dos anos algumas figuras políticas queiram assumir protagonismo em datas especiais.

Já não basta o que nos vai acontecendo e ainda temos que aturar garotices.

Alguém – haverá esse alguém? – que lhe dita que o ridículo mata, ou, ser primeiro-ministro não é a mesma coisa que andar a brincar-domingo-no-parque, nos baloiços da jotaessedê.

Legenda: pintura de Toni Demuro.

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