1.
Abriu hoje, no Parque Eduardo VII, a 82.ª Feira do Livro de Lisboa.
Se houve justificações para alteração da data de abertura da Feira do Livro, não dei por elas.
Sempre me lembro de a feira abrir nos últimos dias de Maio, e prolongar-se, normalmente, até ao dia 13 de Junho, mas já o ano passado abriu, também, por esta altura.
Diga-se que todo o tempo, é tempo de livros, mas há que concordar que a antiga data oferecia melhores condições meteorológicas.
Para invocar sentença popular, Abril é de águas mil , e andar a percorrer os pavilhões da feira com chuva, ou ameaça de chuva não é assim muito convidativo.
De resto os pássaros que se passeiam pelas árvores do Parque, não cantam tão bem se não houver sol.
A Feira é uma festa.
Terá perdido um cunho que era importantíssimo: as editoras colocavam nos escaparates, a preços muito convidativos, fundos de colecção que tinham em armazém e que, por norma, deixavam de se encontrar nas livrarias.
Hoje, vamos encontrar, na Feira os mesmos livros que podemos encontrar em qualquer livaria ou grande superfície, e os parcos descontos, não fazem a diferença.
Mesmo os alfarrabistas já se armam ao fino, e pechinchas, viste-as!...
Não me ocorre que, algum ano, tenha faltado uma ida à Feira do Livro.
Teso que sempre fui, comprava livros que nunca cheguei a ler, se guindo, religiosamente, uma das muitas pancadas em que a minha vida é fértil.
Agora o apertadíssimo orçamento familiar, obrigar-me-á ao estritamente necessário.
A Feira abre, de segunda a quinta, às 12h30, encerrando às 23h. À sexta fecha mais tarde, às 24h. Ao sábado e em véspera de feriado, decorre a partir das 11h e fecha às 24h. Ao domingo, abre às 11h e encerra às 23h.
A Feira do Livro encerra os stands no dia 13 de Maio.
2.
Há dias já tinha sido João Proença que, dizendo que o governo não cumpria o que assinara, foi acusado de, pela aproximação do 1º de Maio, querer tornar-se notado.
Agora, a propósito das ausências de Mário Soares e Manuel Alegre nas comemorações oficiais do 25 de Abril, tocou-lhes a vez:
Estou habituado a que ao longo dos anos algumas figuras políticas queiram assumir protagonismo em datas especiais.
Já não basta o que nos vai acontecendo e ainda temos que aturar garotices.
Alguém – haverá esse alguém? – que lhe dita que o ridículo mata, ou, ser primeiro-ministro não é a mesma coisa que andar a brincar-domingo-no-parque, nos baloiços da jotaessedê.
Legenda: pintura de Toni Demuro.
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