Esta foi a escolha, para o dia 22 de Abril de 1974, que Eduardo Guerra Carneiro fez para os leitores do Cinéfilo.
Apresentado o texto introdutório que João César Monteiro escreveu para a entrevista que, sobre o filme Jaime, António Reis lhe concedeu, é altura de dizer que a entrevista pode ser lida, na íntegra, no meritório e excelente blogue António Reis da autoria de António Neves.
Um trabalho a não perder, principalmente, pelos que conhecem mal, ou desconhecem, a obra de uma das figuras mais importantes da cultura portuguesa.
Regressando aos filmes que, durante a semana de 20 a 26 de Abril de 1974 podiam ser vistos em Lisboa:
AVIS
Malteses, Burgueses e às Vezes, realização de Artur Semedo com Artur Semedo, Lola.
Um filme que, aproveitando uma certa tradição do cinema cómico e também as técnicas do teatro de revista e da televisão, procura de alguma maneira, encontrar um caminho que o separe radicalmente das velhas comédias poeirentas do cinema português.
BERNA
A ópera “rock” de Andrew Webber e Tim Rice, Jesus Cristo Superstar, realização de Norman Jewison com Ted Neeley, Car Andersen e Yvonne Elliman.
Enquanto o escriba de serviço do “Hollywood Reporter”, prevê, desde já, o “oscar” para o melhor filme do ano, o crítico do “Osservatore Romano”, órgão oficial do Vaticano, afirma, sem remorsos, que o filme de de Jewison é um dos mais sérios e respeitáveis de todos os produtos da revolução de Jesu” (sic)
Pelo nosso lado, não resistimos à tentação da heresia e desaconselharmos vivamente o sacrifício.
Numa das sessões da Meia Noite do Apolo 70 projectava-se O Vale do Fugitivo de Abrahaam Polonsky com Robert Blake.
Um filme extremamente lúcido que aposta em corrigir os esquemas dominantes no “western” clássico, nomeadamente no que se refere às relações entre brancos e índios.
Também à Meia-Noite, no Londres, podia ver-se Fúria de Viver de Nicholas Ray com James Dean e Natalie Wood.
O retrato íntimo de uma geração inconformista assinado por aquele que, muito justamente, já foi chamado de poeta do cinema, da revolta e da solidão.
Na Meia-Noite do Vox, Suspeita de Alfred Hitchcock com Joan Fontaine e Cary Grant.
Um dos mais belos e perturbantes filmes de Hitchcock: onde se prova que a noção de culpa não passa de uam armadilha moral que os mecanismos do sonho e da obsessão não podem deixar de transgredir e, afinal, tornar suspeita.
Amanhã há mais!
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