Algumas Não esperam
A.A. Fair
Tradução: Fernanda Pinto Rodrigues
Capa: Lima de Freitas
Colecção Vampiro nº 268
Edição Livros do Brasil, Lisboa s/d
- Portanto casou com ele?
- Casei.
- E ele morreu?
- Morreu.
- E você herdou metade dos seus bens?
- Herdei
- Valeu a pena?
- Valeu.
~Foi feliz?
- Não. É difícil explicar os sentimentos de uma rapariga para com um homem mais velho que é compreensivo, tolerante e bom camarada. É um sentimento reconfortante, embora não seja amor nem felicidade. Suponho que se assemelha ao que sentimos por um pai. Nunca tive um pai a quem pudesse admirar e respeitar e creio que sempre senti pena, aquela espécie de saudade que experimentamos por um bem que não conhecemos, mas que sabemos existir. É difícil explicar, mas, quer acredite, quer não, admirei sinceramente Ezra Woodford.
- Muito bem. Mas quais são os sarilhos em que está metida?
- Alguém se prepara para me acusar de o ter matado-
- De o ter matado?
- Exactamente. Pensam que não estive para esperar|.
- Não esteve para esperar o quê?
- Que ele morresse. Dizem que apressei as coisas.
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