He noite de
nascimento,
em que Deos mostrou seu dia.
He noite de gram memoria,
noite em dia convertida,
escuridam consumida
con gran resplâdor de gloria:
no meo mais luminosa
que no mundo nunca viste,
e deescura, fria e triste,
a mais doce e gloriosa.
Oh noite favorecida
de memoravel coroa,
vista de Deos em pessoa,
começando humana vida.
Dos anjos toda cercada,
dos elementos servida,
do padre e filho escolhida,
do Spirito sancto espirada.
em que Deos mostrou seu dia.
He noite de gram memoria,
noite em dia convertida,
escuridam consumida
con gran resplâdor de gloria:
no meo mais luminosa
que no mundo nunca viste,
e deescura, fria e triste,
a mais doce e gloriosa.
Oh noite favorecida
de memoravel coroa,
vista de Deos em pessoa,
começando humana vida.
Dos anjos toda cercada,
dos elementos servida,
do padre e filho escolhida,
do Spirito sancto espirada.
(…)
Aveis de crer
firmemente
tudo quanto vos
disser
os que salvos
quereis ser
naquesta vida
presente.
Crede o sancto
nacimento
ser Deos de virgem
nacido
verbo de Deos
concebido
pera novo
testamento.
E que a virgem
gloriosa
ficou tal como naceu
e sem dor apareceu
a nossa flor
preciosa.
Deos em toda
perfeiçam
homem pera padecer
e tirar a Lucifer
toda sua jurdiçam.
Gil Vicente no Auto
da Fé em Natal… Natais, antologia
de Oito Séculos de Poesia Sobre o Natal, organizada por Vasco Graça Moura,
Público, Lisboa s/d
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