domingo, 7 de dezembro de 2014

OLHAR AS CAPAS


Praça de Jorna

Soeiro Pereira Gomes
Capa e ilustrações: Desenhos da Prisão de Álvaro Cunhal
Edição da Organização dos Técnicos Agrícolas da Direcção Regional de Lisboa do Partido Comunista Português, Lisboa, Setembro de 1976

Entre os camponeses de certa região, designa-se por «praça» o ajuntamento dos assalariados rurais em locais certos e dia fixado, com o fim de contratarem trabalho, ou – como usam dizer – tomarem patrão.
Que a «praça» é útil ao movimento de unidade dos camponeses assalariados, prova-o a resistência constante que o patronato opõe ao funcionamento normal das «praças». Assim, durante a luta contra a tabela de salários imposta pelas Comissões Arbitrais em 1943, os patrões propuseram salários superiores ao da tabela, com a condição de que as «praças» fossem suspensas. Desse modo, iriam compensar-se mais tarde daquilo que pagariam a mais naquela altura. Também, numa certa localidade em que a tradição da «praça», há muito tempo desaparecida, foi retomada pelos trabalhadores, os patrões evitaram mandar os seus capatazes à «praça» durante duas semanas seguidas, pois sabiam, como de facto sucedeu, que as jornas subiriam logo em seguida.

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