Praça de Jorna
Soeiro Pereira Gomes
Capa e ilustrações: Desenhos da Prisão de Álvaro Cunhal
Edição da Organização dos Técnicos Agrícolas da Direcção Regional de
Lisboa do Partido Comunista Português, Lisboa, Setembro de 1976
Entre os camponeses de certa região, designa-se por
«praça» o ajuntamento dos assalariados rurais em locais certos e dia fixado,
com o fim de contratarem trabalho, ou – como usam dizer – tomarem patrão.
Que a «praça» é útil ao movimento de unidade dos
camponeses assalariados, prova-o a resistência constante que o patronato opõe
ao funcionamento normal das «praças». Assim, durante a luta contra a tabela de
salários imposta pelas Comissões Arbitrais em 1943, os patrões propuseram
salários superiores ao da tabela, com a condição de que as «praças» fossem
suspensas. Desse modo, iriam compensar-se mais tarde daquilo que pagariam a
mais naquela altura. Também, numa certa localidade em que a tradição da
«praça», há muito tempo desaparecida, foi retomada pelos trabalhadores, os
patrões evitaram mandar os seus capatazes à «praça» durante duas semanas
seguidas, pois sabiam, como de facto sucedeu, que as jornas subiriam logo em
seguida.
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