sexta-feira, 12 de dezembro de 2014

POSTAIS SEM SELO


Nesta luta fomentada por certas organizações interessadas em pequeninas guerras civis moles, entre o presépio e a árvore de Natal, se alguém quisesse ouvir a minha opinião, escolheria a árvore. Mas não a de agora. Outra. A laranjeira, por exemplo. Sem estrelas nem adornos de neve ou barbas de anão. Apenas com as bolas de oiro do laranjal das três meninas da «Nau Catrineta».
Assim enfeitada de laranjas naturais é a árvore mais bela que as raízes imaginaram desde o princípio da Terra.
Mas como ninguém me ouve, voto pelo pinheiro, o bom pinheiro de Dom Dinis.


José Gomes Ferreira em Dias Comuns Vol. I , Publicações Dom Quixote, Lisboa Outubro de 1990

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