Rasto Cinzento
7º Volume de Dias
Comuns
José Gomes
Ferreira
Capa: Rui
Garrido
Publicações Dom
Quixote, Lisboa, Março de 2015
11 de Junho de 1969
Quando me
dirigia para o autocarro, uma mulher de 30 anos magros e trigueiros, deteve‑me
com esta pergunta, perto do Café Biarritz:
– Sabe‑me dizer onde fica a rua Alexandre Ferreira?
– No Lumiar, minha senhora.
– Mas disseram‑me que era aqui, em Alvalade.
– Não, não é.
Teimou, renitente:
– Mas disseram‑me que…
Como percebi que não estava disposta a acreditar em mim, com cara de mau informador, resolvi empregar um argumento decisivo:
– É que eu sou filho de Alexandre Ferreira.
– Oh! Que coincidência!... – exclamou a mulher, pasmada.
Acreditou logo, claro. E à despedida apertámos as mãos – ela vagamente vaidosa de conhecer o filho do nome de uma rua.
– Sabe‑me dizer onde fica a rua Alexandre Ferreira?
– No Lumiar, minha senhora.
– Mas disseram‑me que era aqui, em Alvalade.
– Não, não é.
Teimou, renitente:
– Mas disseram‑me que…
Como percebi que não estava disposta a acreditar em mim, com cara de mau informador, resolvi empregar um argumento decisivo:
– É que eu sou filho de Alexandre Ferreira.
– Oh! Que coincidência!... – exclamou a mulher, pasmada.
Acreditou logo, claro. E à despedida apertámos as mãos – ela vagamente vaidosa de conhecer o filho do nome de uma rua.
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