17 de Abril de
1975
SAI o PRIMEIRO número do Jornal
Novo.
Dirigido pelo cronista,
dramaturgo e romancista Artur Portela Filho que, antes e depois do 25 de Abril,
manteve uma coluna no República intitulada A Funda.
O chefe de
redacção é José Sasportes e, como redactores, aparecem Carlos Ventura Martins,
Mário Mesquita, José Manuel Barroso, Diogo Pires Aurélio, António Ribeiro,
Maria Guiomar, Carlos Pinto Coelho, António Mega Ferreira, Cândido de Azevedo,
Mário Bettencourt Resendes, Wilton Fonseca, Jorge Leitão Ramos, sendo
colaboradores Eduardo Lourenço, Fernando Piteira santos, José-Augusto França,
Marcelo Rebelo de Sousa, Mário Sottomayor Cardia, Vergílio Ferreira, Vital
Moreira, Vitor Constâcio e Vitorino Magalhães Godinho.
Este é o anúncio
que, a partir de Março, começou a aparecer em jornais e revistas, lançando um
jornal necessário, na medida em que os portugueses, principalmente sobre
política nacional, não estavam devidamente informados.
Criado para
combater aquilo a que determinados sectores chamavam gonçalvismo, foi perdendo
espaço à medida que a acalmia se ia instalando no país.
O último número
do Jornal Novo saíu no dia 29 de Setembro de 1979.
Foram também
seus directores Proença de Carvalho, Helena Roseta, Torquato da Luz
Anos mais tarde,
Artur Portela Filho explicou como nasceu o Jornal Novo:
Trabalhava na altura numa agência de publicidade que
tinha como cliente a CIP, dirigida por Vasco Mello, Morais Cabral e Carlos
Robalo. Sugeri-lhes que se criasse um diário, diário porque os acontecimentos
sucediam-se em catadupa, que defendesse uma democracia de tipo ocidental para o
país. Mostraram interesse. Convidei o historiador Vitorino Magalhães Godinho
para director mas surgiram problemas. Depois contactei o Eduardo Lourenço, que
não tinha disponibilidade. Eu próprio assumi o cargo. O José Sasportes era o
chefe de redação, o Francisco Agarez o director da publicidade, o Luís Duran o
autor do grafismo. Saímos sem dinheiro, sem estrutura. A administração não deu
os apoios de que necessitávamos. O projecto, a estrutura eram inovadores. A
ideologia seguida, socialista e independente, provocou desde logo atritos com a
administração. Entrámos em ruptura quando não apoiámos a ilegalização do PCP
proposta pela direita após o 25 de Novembro. Fui despedido. O Sasportes e
outros solidarizaram-se comigo e saíram.
Cumprindo o seu
papel o Jornal Novo, estava em funções o V Governo Provisório
chefiado por Vasco Gonçalves, é o primeiro órgão de comunicação a publicar o Documento
do Grupo dos Nove que visava defender a pureza do MFA.
Em pleno Verão
Quente, os partidários de Mário Soares já tinham lançado a palavra de
ordem: O Povo NÃO está com o MFA.
Não tardaria
muito que Novembro entrasse pelos quartéis dentro.
O DECRETO-LEI nº 210-A/75 institui o dia 25 de Abril como feriado nacional tório e substitui o 10 de Junho como o Dia de Portugal.
O DECRETO-LEI nº 210-A/75 institui o dia 25 de Abril como feriado nacional tório e substitui o 10 de Junho como o Dia de Portugal.
Fontes:
- Acervo
pessoal;
- Os Dias
Loucos do PREC de Adelino
Gomes e José Pedro Castanheira.
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