10 de Abril de
1975
O DIÁRIO DE
LISBOA publica na íntegra o Pacto proposto aos partidos pelo MFA.
O primeiro-ministro
Vasco Gonçalves sobre o PACTO MFA-PARTIDOS:
Não poderíamos perder por via eleitoral o que tanto
tem custado a ganhar ao povo português.
PROSSEGUE a
campanha eleitoral.
Rosa Coutinho ao
semanário Expresso:
As eleições não vão representar realmente a vontade do
povo, porque ele, coitado, ainda não tem realmente o poder de análise. Nós não
fizemos uma revolução para que numa parvoíce eleitoral percamos, de um momento
para o outro, todos os ganhos alcançados.
Apela-se ao voto
em branco como um voto no MFA.
O historiador
César Oliveira, um dos principais dinamizadores do Voto em Branco, reconhecerá,
mais tarde, no seu livro Anos Decisivos, o clamoroso erro
político.
Basicamente decorria do facto de considerar que o MFA
poderia desempenhar um papel de «produtor político», isto é poderia ter
capacidade para elaborar uma ideologia, uma estratégia e um programas
políticos, capazes de congregar toda a esquerda e retirar, da esfera de influência
das forças conservadoras e de direita sectores sociais importantes. Tal erro
foi terá apelado ao voto em branco, identificando tal voto a um voto no MFA,
entendido como estrutura eventualmente imune à interferências dos partidos
políticos, Foi um erro político grave, de que nenhum outro membro do grupo dos
Ex-MES poderá ser responsabilizado e que partiu seja do facto de não ter considerado
vários factores importantes, seja da intenção de evitar um resultado favorável
ao MDP/CDE.
Assim ignorei, em primeiro lugar, o desejo intenso,
sentido por toda a população, de participar no acto eleitoral, o primeiro do
novo Portugal, escolhendo o partido da sua preferência, fazendo nas urnas
eleitorais uma escolha e uma opção que nunca livremente pudera fazer, em
segundo lugar, que o MFA não poderia nunca ser imune às contradições, clivagens
e dinâmica político-partidária existentes na sociedade portuguesa, pois ele
era, exactamente um movimento de natureza político-militar emergente da própria
sociedade.
JOSÉ SARAMAGO toma
posse do cargo de director adjunto do Diário de Notícias, um diário que, disse
tem condições para se «o jornal desejável e desejado», e onde se criticará, a
actuação do Governo.
O lugar de
director é ocupado por Luís Barros.
Fontes:
- Acervo
pessoal;
- Os Dias
Loucos do PREC de Adelino
Gomes e José Pedro Castanheira.
- Os AnosDecisivos de César Oliveira.
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