A Idade do Malogro
2º Volume dos Dias
Comuns
José Gomes
Ferreira
Publicações Dom
Quixote, Lisboa, Setembro de 1998
6 de Abril de
1967
Todas as manhãs me imponho este pensamento, para
resistir às vaidades literárias que tanto desfeiam os homens, maníacos da
imortalidade.
Zé Gomes, a Poesia é mortal. Uma espécie de respiração
que se pega às palavras até às vezes com certa aparência de eternidade – mas afinal,
mal o Poeta morre, acaba por se desvanecer no hálito do último estertor…
E então, acredita, por mais que a família, os amigos e
os leitores cândidos teimem e lutem, ninguém consegue deter a transformação das
palavras em folhas secas para o Outono varrer…
Sim, Zé Gomes: a tua Poesia morrerá contigo! Os teus
livros não passarão, no futuro, de cemitérios de palavras ocas…
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