terça-feira, 12 de novembro de 2019

POSTAIS SEM SELO


Preciso muito de noites, alimento-me delas, da solidão da casa quando já todos se deitaram, do silêncio apenas longe a longe interrompido por breves ruídos (o estalar dos móveis, uns passos ou um desentendimento entre os gatos, a respiração respirando), do tempo que parece ter parado. É a melhor altura para escrever ou para ler, ou então para não fazer absolutamente nada, apenas para estar.

Manuel António Pina em Dito em Voz Alta

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