Sexta-feira
13.
Dia de azar.
Feitiços. Bruxas. Gatos pretos. Não
passes por debaixo de escadas. Não abras o chapéu-de-chuva dentro de casa. Não
tenhas relógios parados dentro de casa.
Em tempo de pandemia valerá a pena falar
de sextas-feiras 13?
Bluff absolutamente inútil?
O papel todo branco à espera, ninguém
sabe bem de quê!...
1.
Portugal
registou hoje 6.653 novos casos de covid-19, um novo máximo diário, que aumenta
para 204.664 o total acumulado de infetados no país desde o início da pandemia.
Nas últimas 24 horas morreram mais 69 pessoas devido ao novo coronavírus. No total, o país soma já 3.204 vítimas mortais.
Covid-19 justifica menos de metade dos
mortos em excesso do último mês.
Estado paga 8.400 euros aos privados por cada doente Covid-19.
2.
Marcelo Rebelo de Sousa não gostou da
solução de governação para os Açores.
3.
Ana
Sá Lopes no editorial do Público de
hoje: «Deixem-se de coisas: o PS apoia
Marcelo»
4.
Quando
em Março, face ao confinamento, todos sorriram quando os cinco anos do neto
João perguntou se ia haver Natal.
Marcelo,
para a semana, vai ouvir os partidos, em Dezembro reunirá o Conselho de Estado.
Nestas reuniões espera que se determine aquilo com que contam os portugueses a
partir de Dezembro.
«Fui
o primeiro a dar a má notícia de que tinha de se mudar o estilo de Natal que
sempre tivemos. Os portugueses têm de saber com antecedência o que vai
acontecer no Natal.»
5.
Na
passada terça-feira, com 83 anos, morreu o jornalista e escritor Artur Portela,Filho. Uma personalidade original, acutilante, mordaz, cáustico, anti-comunista,
dizia-se o melhor cronista português, desdenhava dos que não conseguiam
escrever como ele.
Antes do 25 de Abril escrevia no jornal República crónicas que intitulou A Funda, parcial e totalmente cortadas pela censura marcelista, mais tarde reunidas e publicadas em livro pela Moraes Editora.
Lembro-me
de uma dessas crónicas, Abril de 1972, intitulada «Benfica, Reserva de Povo». Começava assim:
«A
estes ninguém os meteu em autocarros.
São
oitenta mil e foram eles que escreveram os cartazes.»
Mais
á frente:
«O
Benfica é, ainda, uma das raras solidariedades possíveis. Uma das únicas
viáveis. Uma das poucas maneiras de ser povo.»
E
pelo meio deixava perguntas:
«Que
se deixou cair que o Benfica tenha apanhado do chão?
Que
não se faz que o Benfica tente?
Que
nos falta que o Benfica ouse?»
Em
Maio de 1971, Mário Castrim criticou uma sua intervenção no programa «Canal 18»
da RTP. Artur Portela não gostou e respondeu no dia seguinte no «Diário de Lisboa». Castrim deixou-lhe
uma contra-resposta que começava, deliciosamente, assim:
«Ó
Portela! Ó Filho! Assim se perde de um só golpe, a fama de intelectual valoroso,
intemerato, glorioso há tantos anos preparada.»
Numa
entrevista ao Público, Setembro de
2018, em tempo de Assunção Crista ser presidente do CDS, Artur Portela venenosamente, disse:
«Assunção Cristas ideologicamente é uma stripper.»
Legenda: pintura de Joseph Tomanek
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