Chegará, em breve, a noite em que os
dias vão deixar de diminuir para, numa lentidão quase inexistente nos primeiros
tempos, passarem a aumentar.
O inverno passará a marcar os nossos
dias.
1.
Devia, em tempo de pandemia, nestes dias iguais de desespero, proibir-me de pegar no Livro do Desassossego do Sr. Bernardo Soares.
Devia… sei que não devia…
O
meu isolamento não é uma busca de felicidade, que não tenho alma para
conseguir; nem de tranquilidade, que ninguém obtém senão quando nunca a perder,
mas de sono, de apagamento, de renúncia pequena.
As
quatro paredes do meu quarto pobre são-me, ao mesmo tempo, cela e distância,
cama e caixão. As minhas horas mais felizes são aquelas em que não penso nada,
não quero nada, não sonho sequer, perdido num torpor de vegetal errado, de mero
musgo que crescesse na superfície da vida. Gozo sem amargor a consciência
absurda de não ser nada ante o sabor da morte e do apagamento.
Nunca
tive ninguém a quem pudesse chamar «Mestre». Não morreu por mim nenhum Cristo.
Nenhum Buda me indicou um caminho. No alto dos meus sonhos nenhum Apoio ou
Atena me apareceu, para que me iluminasse a alma.»
Os números não terão o necessário rigor, mas admite-se que, devido ao Covid-19,
morreram 1.100 idosos em lares.
Num país há serviços que deveriam sempre
estar na alçada do Estado: os CTT é um desses casos.
A rapaziada que, no tempo de Passos Coelho, comprou os CTT, quer mais dinheiro e menos regras para manter a concessão que termina no final do ano.
Eles dizem que a actual situação é insustentável.
Os portugueses dirão, no que ao serviço postal diz respeito, o que a gentalha ganha já é muito para serviço completamente miserável que prestam.
Há quem defenda – e com todas as razões – que os CTT deveriam ser nacionalizados.
É incalculável a quantidade da mais variada gente que aparece nas televisões a debitare sobre a pandemia que nos invadiu o quotidiano.
Não
percebo o calão científico que grande parte utiliza, coisas lá deles, quando o
importante seria que alguém falasse simples, que se juntassem a uma só voz, sem
incoerências, sem habilidades manhosas e dissessem aos portugueses o que se
passa realmente, o que se vai passar ainda.
Marcelo, qual barata tonta, deixou nas entrelinhas que quase de certeza vamos ter Natal em estado de emergência.
Da parte do governo falta uma estratégia, o tudo ao monte e fé em Deus nem sempre dá resultado e, num caso como este, não resulta mesmo.
Acreditei que face ao trabalho realizado durante os primeiros meses da pandemia que o governo, as diversas entidades, todos nós, tivéssemos aprendido algo que agora serviria para enfrentar as vagas que vão surgindo, continuarão a surgir.
Que
futuro nos pode restar se os cidadãos, inconscientemente, estupidamente são os
primeiros a criar os já de si graves problemas que nos envolvem?
No primeiro fim-de-semana do estado de emergência, denúncias levaram a GNR a pôr fim a uma festa no Monte da Caparica que reunia 30 pessoas, três festas no Algarve que juntavam 300 pessoas.
Rui Rio, personagem com que nunca simpatizei, alguém que sempre que ouve falar de cultura puxa logo da pistola, acabou por estatelar o PSD num pântano donde não será fácil sair.
O que Rio permitiu que o PSD local fizesse nos Açores, aliando-se àquela coisa racista, xenófoma, coloca o Partido dito social, dito democrata em péssimos lençóis.
O silêncio do PSD face a este atentado é ensurdecedor.
Onde os personagens, vulgo Paulo Rangel, Montenegro, Maduro, Morais Sarmento tutti quanti, sempre dispostos aos brados mais aterradores quando o PS, ou o Governo tomam determinadas posições?
O PSD está atentar que o Bastonário da Ordem dos Médicos se candidate pelo partido às próximas eleições autárquicas.
Bem me queria parecer que a sanha bastonária contra as decisões do governo, que se supunha serem de interesse médico-científico, não passam de um mero expediente político.
Que bem lhes fica a hipocrisia!
Esta gente causa asco!
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