JoséSaramago reconheceu que se um funcionário do Registo Civil não tivesseacrescentado ao José de Sousa que o pai queria que se chamasse, a alcunha porque a família era conhecida na Azinhaga do Ribatejo, teria que arranjar um
pseudónimo para os livros que tencionava escrever.
É
assim que o Dicionário de Morais nos diz o que é Saramago:
«Saramago,
s.m. Bot. Nome vulgar do Raphanus Raphanistrum Lin., e do Raphanus microcarpus Lge, ervas anuais da família das crucíferas,
tribo das sinápeas, subtribo das brasscinas, que cresce sem cultura quase em
todo o Portugal e é também chamada rábão-silvestre: « - Olhe aqui por este rego adiante… Além onde bate um saramago, está uma lebre». Brito Camacho, Gente
Rústica, 14; «E até lá (S. João), comiam
os saramagos sem tempero, a comida extreme
era deglutida a custo, como uma necessidade», Noel Teles, Terra Campa, 60; «Depois, mal começa a encanar, os
trolhos são percorridos em todos os sentidos pelas apanhadeiras de leitugas,
marcavalas, abróteas, diabelhas, saramagos e outras ervas gordas…» Aquilibo Ribeiro, Aldeia, 172.»
Algures
nestes 10 anos de Cais do Olhar, tenho a vaga ideia de ter prometido que
contaria a historieta da posse, na biblioteca da família, do «Grande Dicionário
de António Morais Silva.
Espero
que estes dias de pandemia não me façam esquecer de a contar.
Nada de especial, apenas uma historieta como outra qualquer.
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