Um país a arder.
Todos os anos a
mesma tragédia, a mesma angústia, as mesmas palavras dos governantes, as mesmas
horas e horas e horas de transmissões televisivas, a repetirem as mesmas
imagens, repórteres sem saber o que dizer mais perante tantas horas de
transmissão.
Entrei no Largo da Memória do Luís Eme e copio o que li:
«O que dizer,
num dia como hoje?
Nada, talvez
seja a coisa mais inteligente.
Não vale a pena
continuar a insistir com os "lugares comuns" do costume, muito
menos repetir o retrato do país, que teima em manter os maus hábitos de
sempre.
É mais um dia,
daqueles, demasiado quente e demasiado triste.»
Há também no Público uma
crónica de Adriano Miranda, tão simples, tão serena, tão trágica:
«No fundo da rua, ouvem-se gritos. Uma criança grita:
– Bruno, a casa da avó está a arder! Somos o país que construímos. Somos o país
que queremos.»
Legenda: fotografia de Luís Eme
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