terça-feira, 17 de setembro de 2024

A CASA DA AVÓ ESTÁ A ARDER


 Um país a arder.

Todos os anos a mesma tragédia, a mesma angústia, as mesmas palavras dos governantes, as mesmas horas e horas e horas de transmissões televisivas, a repetirem as mesmas imagens, repórteres sem saber o que dizer mais perante tantas horas de transmissão.

Entrei no Largo da Memória do Luís Eme e copio o que li:

«O que dizer, num dia como hoje? 

Nada, talvez seja a coisa mais inteligente. 

Não vale a pena continuar a insistir  com os "lugares comuns" do costume, muito menos repetir o retrato do país, que teima em manter os maus hábitos de sempre. 

É mais um dia, daqueles, demasiado quente e demasiado triste.»

Há também no Público uma crónica de Adriano Miranda, tão simples, tão serena, tão trágica:

«No fundo da rua, ouvem-se gritos. Uma criança grita: – Bruno, a casa da avó está a arder! Somos o país que construímos. Somos o país que queremos.»

Legenda: fotografia de Luís Eme

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