Na “Assírio & Alvim” há um cuidado muito especial em editar livros.
Sente-se a marca indelével deixada por Henrique Monteiro, um transmontano afável, um gigante repleto de sensibilidades extremas, amante de livros, “gosto de pensar que edito livros como quem trata de uma vinha”, um homem que embelezou os nossos dias e que, vitimado por um cancro, com 42 anos, nos deixou, em Junho de 2001.
São bonitos e imprescindíveis os livros da Assírio, um pouco carotes, é certo, mas não há galinha gorda por pouco dinheiro, o que me obriga a uma ginástica mensal de contar trocados, inventar saídas. Vou comprando os que não posso mesmo adiar, mas sei que, um pouco antes da chegada da Primavera, a Assírio abre as suas portas para a “Feira do Livro Manuseado”.
São rigorosos os critérios que a “Assírio &Alvim” impõe para a venda dos seus livros, e o critério de qualidade obriga a que os livros, mesmo com pequenissimos defeitos, regressem ao armazém, para agora serem vendidos nesta feira a preços muito abaixo do preço de capa.
Até 19 de Março dêem um salto às lojas da "Assirio & Alvim" na Rua Passos Manuel, ou na Rua do Carmo.
Não se arrependerão!
“É preciso dizer que a Assírio estava de pantanas. A Assírio foi fundada em 72, depois esteve uns anos sem publicar, mais tarde o Homero, produtor do Página Um, tinha lá um escritório e deu uma mão, mais duas pessoas que lá trabalhavam. Aquilo estava num regime de sobrevivência. Quando fui para lá, os livros editados não chegavam a dez. A Assírio vivia mais da distribuição do que da edição. É nesse contexto que entro, um pouco desinteressadamente.
A minha mola foi sempre o afecto. Nunca pensei ser rico, ter poder…”
Henrique Monteiro ao “Diário de Notícias” , 2 de Maio de 2001.
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