Pela Estrada
Fora
Jack Kerouac
Tradução: H.
Santos Carvalho
Capa de Luiz
Duran
Editora
Ulisseia, Lisboa, Dezembro de 1978
Não tinha dinheiro. Mandei à minha tia uma carta por
avião a pedir-lhe cinquenta dólares e a dizer-lhe que era o último dinheiro que
lhe pedia; depois disso seria ela a receber o dinheiro que lhe mandaria logo
que arranjasse o tal barco.
Depois fui
ter com Rita Bettencourt e levei-a para o apartamento. Metia-a no meu quarto
após uma longa conversa na escuridão da sala. Ela era uma bela rapariga,
simples e verdadeira, com um medo tremendo do sexo. Eu disse-lhe que era uma
coisa bela. Queria provar-lho. Ela deixou provar, mas eu fui impaciente em
demasia e não provei coisa nenhuma. Ela suspirou no escuro.
- Que pretendes da vida? - perguntei. Era o que eu costumava perguntar então
sempre às raparigas.
- Não sei – disse ela – Servir às mesas e tentar ir andando.
Bocejou. Pus-lhe a mão na boca e disse-lhe que não bocejasse. Tentei explicar-lhe como eu estava excitado com a vida e as coisas que podíamos fazer juntos; a dizer isto, e a planear sair de Denver daí a dois dias. Ela, tristemente, virou-me as costas. Ficámos estendidos a olhar para o tecto e a pensar por que razão teria Deus feito a vida tão triste. Fizemos vagos planos para nos encontramos em Frisco.
- Não sei – disse ela – Servir às mesas e tentar ir andando.
Bocejou. Pus-lhe a mão na boca e disse-lhe que não bocejasse. Tentei explicar-lhe como eu estava excitado com a vida e as coisas que podíamos fazer juntos; a dizer isto, e a planear sair de Denver daí a dois dias. Ela, tristemente, virou-me as costas. Ficámos estendidos a olhar para o tecto e a pensar por que razão teria Deus feito a vida tão triste. Fizemos vagos planos para nos encontramos em Frisco.
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