Branco no Branco
Eugénio de
Andrade
Capa: Armando
Alves
Editora Limiar,
Porto, Setembro de 1974
Faz uma chave, mesmo pequena,
Entra na casa.
Consente na doçura, tem dó
da matéria dos sonhos e das aves.
Invoca o fogo, a claridade, a música
dos flancos.
Não digas pedra, diz janela.
Não sejas como a sombra.
Diz homem, diz criança, diz estrela.
Repete as sílabas
onde a luz é feliz e se demora.
Volta a dizer: homem, mulher, criança.
Onde a beleza é mais nova.
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