No dia 14 de Março
a TAP fez 70 anos.
Não há duas sem
três.
Foi durante
muitos anos um exemplo de companhia aérea.
Pela simpatia dos
seus pilotos, dos seus tripulantes, pela excelência da sua assistência e
manutenção técnica, uma das mais competentes do mundo, por todos os seus
trabalhadores.
Hoje é o que se
sabe.
Os governos do
centrão têm, por todos os meios e mais um, tentado a sua privatização.
A TAP vive,
hoje, dos momentos mais graves da sua existência.
Uma greve
selvagem dos pilotos, decretada por 10 dias, com ameaças de mais períodos,
deixa, ainda mais, a companhia de rastos.
Pobres diabos!
Ficarão para a triste
história, juntamente com este desgoverno Pedro/Paulo, de um dos maiores crimes
económicos dos muitos que, nestes últimos anos, temos vindo a enfrentar.
Matando
lentamente a companhia, resta saber o que lhes foi prometido pelo nojento frete
que estão a fazer.
No topo, um
anúncio que fui repescar às páginas do nº 1483, Maio de 1969, da Seara Nova,
um anúncio que fala da existência de homens que não suportam estar colados ao
chão. Esses seriam os pilotos da TAP:
Oferecemos-lhe dezenas de céus. E dezenas de terras.
Oferecemos-lhe um viver cheio de à-vontade dentro da responsabilidade. Sem e
com experiência de voo venha para piloto da TAP.
A destalhe de
foice, fui às prosas do Manuel António Pina repescar esta crónica, publicada no
Jornal de Notícias de 11 de Agosto de 2009, e a que chamou A Piedade Mata:
As más notícias são que a TAP atravessa, segundo o
Conselho de Administração de Fernando Pinto, uma "crise gravíssima",
tendo tido no ano passado 280 milhões de euros de prejuízos e vendo-se forçada
a pedir sacrifícios aos trabalhadores e a recusar-lhes aumentos salariais.
As boas são que, no mesmo ano de 2008, os administradores atribuíram-se "prémios" com que duplicaram os seus vencimentos (Fernando Pinto, por exemplo, levou 816 mil euros, em vez dos miseráveis 30 mil mensais mais regalias que lhe cabiam); e que decidiram entretanto adquirir 42 automóveis topo de gama para si e as dezenas de directores avulsos que enxameiam a empresa, pois deslocavam-se todos em viaturas "velhas" de quatro anos, impróprias das suas altas funções. Trata-se de uma inovadora ideia de gestão: vão-se os dedos mas fiquem os anéis (e comprem-se mais). Deve-se, a inventiva ideia, a Dali que, contava Gala, era nos momentos em que atravessava "crises gravíssimas" que mais gastava, pois, argumentava ele, "a piedade dos vizinhos mata". A TAP pode morrer, mas ninguém há-de ter razões para se apiedar dos seus administradores.
As boas são que, no mesmo ano de 2008, os administradores atribuíram-se "prémios" com que duplicaram os seus vencimentos (Fernando Pinto, por exemplo, levou 816 mil euros, em vez dos miseráveis 30 mil mensais mais regalias que lhe cabiam); e que decidiram entretanto adquirir 42 automóveis topo de gama para si e as dezenas de directores avulsos que enxameiam a empresa, pois deslocavam-se todos em viaturas "velhas" de quatro anos, impróprias das suas altas funções. Trata-se de uma inovadora ideia de gestão: vão-se os dedos mas fiquem os anéis (e comprem-se mais). Deve-se, a inventiva ideia, a Dali que, contava Gala, era nos momentos em que atravessava "crises gravíssimas" que mais gastava, pois, argumentava ele, "a piedade dos vizinhos mata". A TAP pode morrer, mas ninguém há-de ter razões para se apiedar dos seus administradores.
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