quarta-feira, 20 de maio de 2015

OS IDOS DE MAIO DE 1975



20 de Maio de 1975

O Caso República continua na ordem do dia… e da noite.

Durante a madrugada um «grupo de amigos da República» põe a circular, esta edição policopiada do jornal.

Forças do Copcon, mantêm um cordão de segurança em redor do edifício.

No interior do jornal uma reunião estende-se por toda a madrugada.

As conversações decorrem com a presença do Ministro da Comunicação Social Correi Jesuíno, o director-geral da informação Rui Montez, Gustavo Soromenho, representando a administração do jornal, os jornalistas João Gomes e Álvaro Guerra, em nome da redação e a Comissão de Trabalhadores.

Gustavo Soromenho chega a dizer: estou receptivo a possíveis acordos que desejo, sinceramente, apareçam. A minha disposição é a de que todos nós possamos voltar a fazer o nosso jornal.

Não foi possível qualquer acordo.

Às 5 da madrugada, o jornalista João Gomes, dirige-se à varando da redação e informa os manifestantes de que o jornal vai ser encerrado.

Ouvem-se gritos:

«Fechar o jornal é fazer o jogo do Cunhal».

Durante a noite, em plena Rua da Misericórdia, já tinham sido queimados centenas de exemplares da edição do jornal publicada com o nome de Belo Marques no cabeçalho.

Mário Soares mantém-se entre os manifestantes e com eles cantou e dançou ao som de Olélé, olálá, fora do jornal com os lacaios do Cunhal.

O jornal acaba por ser selado e encerrado no dia em que perfazia 64 anos.

Mário Soares diz aos jornalistas:

Vamos mobilizar o País numa guerra aberta ao poder.
  
Fontes:
- Acervo pessoal;
Os Dias Loucos do PREC de Adelino Gomes e José Pedro Castanheira.
- O Caso República de Francisco Costa e António Rodrigues.

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