20 de Maio de
1975
O Caso
República continua na ordem do dia… e da noite.
Durante a
madrugada um «grupo de amigos da República» põe a circular, esta edição
policopiada do jornal.
Forças do
Copcon, mantêm um cordão de segurança em redor do edifício.
No interior do
jornal uma reunião estende-se por toda a madrugada.
As conversações
decorrem com a presença do Ministro da Comunicação Social Correi Jesuíno, o
director-geral da informação Rui Montez, Gustavo Soromenho, representando a
administração do jornal, os jornalistas João Gomes e Álvaro Guerra, em nome da
redação e a Comissão de Trabalhadores.
Gustavo
Soromenho chega a dizer: estou receptivo a possíveis acordos que desejo,
sinceramente, apareçam. A minha disposição é a de que todos nós possamos voltar
a fazer o nosso jornal.
Não foi possível
qualquer acordo.
Às 5 da
madrugada, o jornalista João Gomes, dirige-se à varando da redação e informa os
manifestantes de que o jornal vai ser encerrado.
Ouvem-se gritos:
«Fechar o jornal é fazer o jogo do Cunhal».
Durante a noite,
em plena Rua da Misericórdia, já tinham sido queimados centenas de exemplares
da edição do jornal publicada com o nome de Belo Marques no cabeçalho.
Mário Soares
mantém-se entre os manifestantes e com eles cantou e dançou ao som de Olélé,
olálá, fora do jornal com os lacaios do Cunhal.
O jornal acaba
por ser selado e encerrado no dia em que perfazia 64 anos.
Mário Soares diz
aos jornalistas:
Vamos mobilizar
o País numa guerra aberta ao poder.
Fontes:
- Acervo
pessoal;
- Os
Dias Loucos do PREC de Adelino Gomes e José Pedro Castanheira.
- O Caso República de Francisco Costa e António Rodrigues.
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