Histórias, Memórias, Imagens e Mitos Duma
Geração Curiosa
Eduarda
Dionísio
Círculo de
Leitores, Lisboa, Novembro de 1981
Um homem não nasce, nem para ser
espezinhado, nem para matar. Um homem não nasce para ser castigado sem razão.
Um homem é um homem. Um homem nasce para amar e para lutar, pela justiça, por
todos os homens. Um homem vice com outros homens. Um homem que luta, ama. Um
homem que luta, ama, ama a lutar. Ir para a guerra colonial não tem nada que
ver com a luta nem com o amor, nem sequer com ódio. Carlos assustou-se com o
que dizia. A quem dizia? O quê?
Foi chamado à reitoria: - Padre, tenho muita
consideração pelo seu valor intelectual, pelas suas qualidades pedagógicas.
Penso que os seus serviços aqui deixaram-nos de ser úteis, Padre. Chegou-me aos
ouvidos que o Padre apelava à deserção. Aconselho-o a pedir ao Patriarcado
mudança de liceu. Se não o fizer, eu faço-o. Penso que seria pior para si, É um
conselho de amigo, Padre. Nunca pensei que chegássemos a esta situação.
Em 1966, Carlos partia para França.
2 comentários:
Este livro é romance, ficção, ou memórias?
Não é um livro fácil. O título acaba por dizer (quase) tudo. No fundo, uma mistura de histórias com base em contos, cartas, poemas, fábulas, canções. Abarca a geração de 60, as vivências num país triste e cinzento e serão os que pertencem a essa geração os que melhor o compreendem, mas é um livro muito interessante para ser lido por outras gerações.
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