Por cá, também tivemos um estimável
cultor do ódio à literatura, a quem nunca estaremos suficientemente
agradecidos: Trata-se de uma sumidade chamada Sousa Lara, quando foi, em tempos
recuados (já na altura o seu tempo era recuado), subsecretário de Estado da
Cultura. O seu ódio a toda a literatura que não fosse a do cânone estritamente
cristão e piedosos é conhecido, o que, como pudemos verificar, só trouxe
vantagens. Sousa Lara é a prova de que os políticos conseguem fazer alguma
coisa pela literatura quando mostram publicamente que a detestam. O ódio dos
políticos pela literatura devia ser considerado um bem público.
António
Guerreiro no suplemento Ipsilon do Público.
3 comentários:
O ódio do Sousa Lara e do Cavaco (PR)? e do globetroter Santana Lopes que, se não estou em erro, seria o 1°. ministro do Lara.
Os três analfabetos responsáveis pelo acto censório ao livro de José Saramago
foram: Cavaco Silva, como primeiro-ministro, Santana Lopes, como secretário de estado da Cultura, Sousa Lara como subsecretário de estado da cultura.
Mal sabiam os idiotas que o vil acto funcionou como o lançamento final da entrada definitiva de Saramago nos caminhos do Prémio Nobel da Literatura.
Como, com brilhante sentido de humor, escreve António Guerreiro: «O ódio dos políticos pela literatura devia ser considerado um bem público.»
Que tristeza e vergonha para um povo ter estes três analfabetos como seus governantes!
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