terça-feira, 22 de junho de 2021

A SOLIDÃO ABSOLUTA

25 de Junho de 1967

Homem solidário, chego assim à conclusão de que, salvo mutações radicais e a curto prazo improváveis, vou acabar os meus dias na solidão absoluta. Fiel a mim mesmo, está claro, e sem descer no plano da intervenção cívica e social (pois destruir isso seria suicidar-me), mas só e frustrado. Sempre com mais e nunca com menos problemas. E à beira dos primeiros grandes desgosto autênticos. É possível que renasça, daí, mais profundamente humano… Mas a saúde, o vigor dizem-me que não, que é tarde. Será?

Mário Sacramento em Diário

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