Fernando Pessoa
sentia-se fácil de definir.
«Se depois de eu
morrer, quiserem escrever a minha biografia, não há nada mais simples. Tem só
duas datas – a da minha nascença e da minha morte»
Assim como Milan
Kundera, escritor que nunca me despertou interesses por aí além, talvez uma
insustentável ignorância minha ou qualquer tique a lembrar preguiça…
Numa crónica recente,
Pedro Mexia lembrava que sempre teve uma certa admiração pela lacónica nota que
acompanha os seus livros:
«Nasceu na Checoslováquia. Em 1975, instalou-se em França».
Por ele os autores de
biografias e autobiografias, teriam de arranjar outros meios de subsistência.
«Nem bibliografia, nem elogios, nem outras datas, apenas duas
coordenadas. Kundera é um daqueles escritores que acreditam que não há nada de
relevante a dizer numa nota biográfica, muito menos numa biografia, porque tudo
o que importa vem nos livros. E avisa que nem sequer o “eu” dos livros é o “eu”
empírico: “impor o nosso eu aos outros é a versão mais grotesca da vontade de
poder.”»
1 comentário:
Olha que coincidência - é que eu também nunca "engracei" com este Kundera, li duas ou três páginas do Insustentável e arrumei...
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