Se não tivesse sido assassinado, no dia 2 de Novembro de 1975, Pier Paolo Pasolini, faria hoje 90 anos.
Poeta, romancista, dramaturgo, cineasta, militante comunista, Pasolini é, no Século XX, uma figura tão importante, como controversa.
O corpo de Pasolini foi encontrado, pela polícia, numa praia italiana.
Um jovem delinquente de assumiu a responsabilidade da sua morte.
Ninguém se mostrou interessado em averiguar dos motivos que o levaram a cometer tão brutal acto, mas fortes indícios apontam para o facto de que não terá agido sozinho.
Não um brinde fúnebre, um molho de gencianas e fetos
Querem os seus ossos –
Não as suas cinzas –
Que continuam a inquietar, a consolar-nos
Enquanto esperamos na dúvida e felizes
Vinho e lume para o nosso olvido
(de um poema de Attilio Bettolucci, incluído em Amado Mio)
Em finais doas anos 60, no Cinema Monumental vi o Evangelho Segundo Mateus
Eugénio d’Andrade diz que pouco sabe de Pasolini, mas naquele tempo eu não sabia nada sobre Pasolini.
Seriamente mutilado pela censura de Salazar, o filme mostrava um Cristo que pouco correspondia ao Cristo que a Igreja nos mostrava, que queria que víssemos.
Uma inquietude.
De Março a Junho de 2006, esteve patente na Cinemateca uma exposição de fotografias tiradas durante a rodagem de O Evangelho Segundo Mateus.
De novo uma estranha inquietação.
Legenda: capa do catálogo da exposição Pasolini e o Evangelho Segundo Mateus, Cinemateca Portuguesa, Março/Junho 2006
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