segunda-feira, 19 de março de 2012

OLHARES



Em tempos foi uma taberna, hoje é a Pastelaria 1800, com fabrico próprio e um caprichado engraxador junto à porta.

No Largo do Rato, esquina com a Rua da Escola Politécnica.

Da antiga taberna conservaram os azulejos.

No seu livro Directa, Nuno Bragança faz uma referência à antiga taberna:


“Venha o passaporte, disse. O Henrique deu-lhe um passaporte, perguntando: “E a casa?”

“Eu também me encarrego disso”, disse o homem.

“Eu arranjo transporte”, disse o Henrique. “Você pode contactar-me às dezassete horas no Rato?”



“Posso, disse o homem. “No Alambique.”

“O que é isso?”

“Na esquina com a Politécnica. Uma tasca, para variar. E é seguro, a Pide vigia sobretudo os cafés.”

6 comentários:

filhote disse...

Preferia a taberna...

E não foi nessa taberna, salvo erro, que se reuniu o grupo de republicanos envolvidos no regicídio?... ou estarei a fazer confusão com outro qualquer momento da História?...

Anónimo disse...

Quando andei pelas bandas da Politécnica, fui algumas vezes á tasca, hoje pastelaria 1800. Há tempos a caminho da USL, também verifiquei que a tasca virou. Assim, como um relejoeiro, homem de grande sabedoria que na altura nos dizia ser Humanista, mais tarde, pós 25 de Abril, vim a saber que militava no PCP.
O alentejano

sammy,o paquete disse...

É provável que tenhas razão, Filhote.
Segundo se pode ler noas azulejos, a casa foi fundada em 1857.
Dei uma vista de olhos pelos estudiosos da República que tenho por aqui, Jacinto Baptista, Raul Rego, mas não consegui encontrar qualquer referência. Por aqueles tempos talvez não se ligasse muito a esses pormenores.
Hoje sabemos todos locais onde os capitães do MFA fizeram as reuniões preparatórias do 25 de Abril e o que nessas reuniões foi discutido..
Mas os tempos são, obviamente, outros.
Um abraço e um bom findar de noite.

sammy,o paquete disse...

Curiosamente quando tirei as fotografias à Pastelaria 1800, percorri a Rua da Escola Politécnica e fiz o boneco do relógio.
Vou publicá-lo amanhã e aproveitarei o seu comentário.
Um abraço e apareça sempre.
É timbre dos alentejanos, para além de outros, escrever contos e décimas no papel da memória.

Anónimo disse...

Parece que me estou a entender com esta gaita do(s)Blog.
Detesto anónimos, mas ainda não atinei com esta parte, mas hei-de lá chegar, devagarinho, devagarinho,parando e descansando.
Um abraço para o carteiro.
O Alentejano

ié-ié disse...

andamos pelos mesmos caminhos...

LT